O CICLO DA VIDA: Relacionamentos
Todo mundo sabe que, ao se relacionar com alguém, é preciso paciência e tempo para ajustar personalidades e diferenças. No início, tudo parece perfeito, como um amor eterno. Mas, com o tempo, percebemos que também não somos ideais. Como assim? Nós não somos perfeitos? Também não correspondemos 100% à idealização do outro — e nem por isso deixamos de ser interessantes.
Por que a perfeição, aquela dos “comerciais de margarina” ou das “fotos do Facebook”, precisa ser o objetivo de um relacionamento? Relacionar-se é estar com o outro, aprender e crescer juntos.
A paixão pode ser passageira e seguir rumos diferentes. E tudo bem! O relacionamento pode esfriar, e cada um pode seguir seu caminho. Mas também pode evoluir para um amor que se fortalece a cada obstáculo superado de mãos dadas. Não temos certezas nem garantias, mas mesmo assim vale o risco.
Desde a infância, criamos idealizações de príncipes e princesas que, na vida adulta, geram grandes frustrações. Acreditar que um relacionamento será sempre um “mar de rosas” é uma ilusão. Crises fazem parte — mas atenção: momentos de crise, não um relacionamento sempre em crise! Se superadas com respeito e entrega, essas dificuldades fortalecem a união.
Relacionar-se exige tempo e aprendizado. A dedicação e o comprometimento devem vir dos dois lados, pois não adianta um lutar sozinho por algo que o outro encara com indiferença. É uma construção diária: começamos cheios de certezas e, ao longo do caminho, enfrentamos dúvidas. Há fases em que o relacionamento parece estagnar e outras em que cresce com força total.
Não estou falando de relacionamentos tóxicos, mas daqueles que, como a maioria, passam por altos e baixos. O príncipe pode virar sapo, e mesmo assim você continuará amando. O sapo pode se revelar príncipe, e você pode não enxergar. Não temos uma bola de cristal! Somos sentimentos que se entrelaçam com os do outro.
Se relacionar fosse fácil, não existiriam milhares de livros sobre o tema. Mas, se fosse impossível, ninguém se arriscaria. Amar alguém especial faz bem ao coração e à alma!
Recentemente, atendi uma adolescente que me perguntou: “Como alguém consegue ficar casado se, depois de um tempo, não há mais assunto?” Ela projetou sua experiência atual nos relacionamentos futuros. Mas não é assim: escolhemos alguém que será, acima de tudo, nosso amigo — mesmo nos momentos de silêncio. Nosso parceiro não precisa corresponder às expectativas dos contos de fada. Ele deve ser real, sem máscaras e, claro, com defeitos.
É fácil apaixonar-se pelas qualidades — e isso acontece no início. Mas são as diferenças que nos ensinam a enfrentar desafios e a manter o amor vivo.
Nos encantamos rapidamente, e a paixão parece infinita. Com o tempo, o outro deixa de ser o centro de nossos pensamentos, mas isso não significa que o amor acabou. Pode ser, na verdade, o primeiro sinal de que está dando certo. E daí se ele(a) não manda mais dezenas de mensagens por dia? A segurança de um coração que bate por dois pode ser o melhor calmante.
Não confunda crise conjugal com desrespeito. Relacionamentos são cíclicos, com altos e baixos. A cada ciclo, uma renovação — e, quem sabe, uma nova paixão pela mesma pessoa!
Seja o parceiro que você gostaria de ter. Pense nisso.
Um excelente final de semana a todos (e Feliz Páscoa!)
Dra. Mariza Matheus
Médica Psiquiatra
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