MÃES “INCOMPLETAS” – Quando uma mãe perde um filho

Recentemente, no consultório e em relatos do dia a dia, tenho ouvido com mais frequência histórias sobre su*cíd*0, especialmente entre jovens. São casos marcados por episódios intensos de depressão, dependência de drogas ou outros transtornos psíquicos, que culminam em finais trágicos. E, depois disso, a família nunca mais é a mesma.

Quando atendo uma mãe que perdeu um filho ou filha dessa forma, sinto que ela se torna uma pessoa “incompleta”. Uma parte dela – provavelmente a mais amada – se foi.

Mas como ajudar essas mães (e também pais, avós, irmãos) que perderam uma parte de si? Estando presentes. Oferecendo apoio sincero. Perguntando, com afeto, como podemos ajudar. E deixando claro: “Estou aqui para você. Quando quiser, quando precisar.”

Evite frases como:
– “Como você não percebeu que ele estava depressivo?”
– “Por que não o levou ao psiquiatra?”
– “Será que foi por causa do divórcio?”
– “Ele usava drogas?”
– “Sempre achei que havia algo estranho com ele…”

Comentários como esses não ajudam. Só aumentam a dor. Se sua intenção é genuinamente acolher, apenas escute essa mãe. Esteja presente. Ofereça seu ombro com sinceridade. Não por curiosidade. Não para comentar depois. Esteja ali porque essa pessoa talvez nunca mais se sinta inteira novamente.

É natural que pais se culpem. Que se perguntem mil vezes o que poderiam ter feito diferente. Como psiquiatra, posso afirmar: muitos jovens são impulsivos. Nem sempre conseguem pedir ajuda. E, mesmo quando estão em tratamento, infelizmente, o risco ainda existe.

Por isso, reforço a importância do diálogo, da escuta ativa, de um olhar atento e sem julgamentos. Não é “drama de adolescente”. Não é “frescura”. É dor real.

A todas as mães, pais, avós, irmãos, primos que enfrentaram essa dor profunda, deixo aqui meu abraço mais carinhoso e os meus sentimentos sinceros.

E, se você – que perdeu alguém querido – sente que não encontra mais forças para continuar, por favor, busque ajuda. Um psicólogo, um psiquiatra, um profissional que possa caminhar com você.

Você não está sozinho(a).

Com carinho,
Dra. Mariza Matheus
Médica psiquiatra

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